Por Renneé Fontenele
Do revanchismo “liverpuldiano” ao parnaibano
Sendo o futebol uma das influências legadas pelos estrangeiros em Parnaíba, com as cores dos clubes tradicionais de Liverpool, Inglaterra, foram fundados dois clubes, os primeiros do Estado: o Camisa Azul ou Azulino (futuro Parnahyba Sport Club), fundado pelo industrial José de Moraes Correia e, na sequência, portanto posteriormente, o Camisa Vermelha (originando o extinto International Athletic Club), fundado por Septimus Clark.
José de Moraes Correia e Septimus Clark, então envolvidos pela beleza e popularidade do maior clássico do mundo na época (Everton Football Club e Liverpool Football Club), decidiram fundar duas agremiações: a primeira, o Parnahyba Sport Club, com as cores do Everton, The Blues http://www.evertonfc.com/home ; a segunda, o International Athletic Club, com as cores do Liverpool, The Reds http://www.liverpoolfc.tv/. Assim nasceram as duas primeiras equipes do futebol piauiense, sobretudo o Tubarão do Litoral.
Os dois estádios do Tubarão do Litoral
Com a necessidade de praticar o futebol em espaços específicos (vez que a prática era realizada nas ruas da cidade), o industrial Zeca Correia (José de Moraes Correia) construiu, então, o campo de futebol para os jogos do Camisa Azul, localizado próximo ao Colégio São Luiz Gonzaga, na avenida Capitão Claro – estádio primeiro do Parnahyba Sport Club. (foto: Almanaque da Parnaíba – 1926)
Depois da desativação do rival International, em 1929, a Casa Inglesa vendeu (na década de 70) seu estádio para o Estado. Com isso, o Estado terminou doando o estádio ao Parnahyba Sport Club, com o nome de Petrônio Portela, que passou, a partir de então, a mandar seus jogos.
O primeiro clube de futebol do Piauí – do Camisa Azul ao Parnahyba Sport Club
Considerando a época do Camisa Azul (primeiro clube formado), pode-se dizer que o Parnahyba foi o clube primogênito do futebol piauiense. Mas, partindo da data de fundação pelo atual nome, o Parnahyba seria o segundo clube do Piauí, haja vista a fundação do antigo rival, e hoje extinto, International Athletic Club, em 5 de junho de 1912. Contudo, como o “embrião” (Camisa Azul) significa o princípio, o Parnahyba Sport Club pode ser considerado o primeiro clube piauiense.
Com o escudo estampado, camisa branca, calção azul e meias pretas, o Camisa Azul, por conseguinte Parnahyba Sport Club, era carinhosamente chamado de “O Mais Querido”, pela sua torcida, já em meados de 1911.
Assim sendo, ao 1º dia de maio de 1913, os irmãos Zeca (José de Moraes Correia) e Ozias de Moraes Correia, fundaram (ou formalizaram) o Parnahyba Sport Club, em sessão solene. A primeira diretoria azulina ficou composta desta maneira: José de Moraes Correia (Presidente); Ozias de Moraes Correia (Vice-Presidente); Colibri Alves (Secretário); Oton Ramos (Tesoureiro); Hilton Lopes (Orador); José Leite (Diretor de Esporte); Mario Reis (Diretor Técnico).
O Primeiro Título
Sob a égide da primeira gestora do desporto piauiense, a Liga Sportiva Parnahybana (LSP), reconhecida pela Confederação Brasileira de Desportos, a CBD (hoje, CBF), o Parnahyba conquistava o primeiro título estadual, em 1916.
Jogos Interestaduais e a Primeira Excursão
Em 1920, o Parnahyba realiza seus primeiros jogos contra clubes de outros estados do país. O Tubarão, então, enfrentou, em Parnaíba, o Football Athletic Club (F.A.C.) do Maranhão, em duas oportunidades amistosas: a primeira, em 17 de outubro do mencionado ano, empatando em 2 a 2; a segunda, vitória azulina por 2 a 1, em 24 de outubro. Em 1922, também no litoral, foi a vez do Guarany Atlético Clube, da cidade de Fortaleza, disputando a “Taça Ceará-Piauí”, no primeiro confronto, o Parnahyba perdeu pelo placar de 1 a 0, dia 12 de janeiro. Pela “Taça Guarany”, dia 15, o Parnahyba vence o Guarany por 2 a 0. Na terceira partida, valendo a “Taça Iracema”, dia 19, o Tubarão goleia a equipe cearense por 4 a 0. Pela última partida entre as duas equipes, dia 22 de janeiro, o Tubarão venceu o confronto por 3 a 1, ficando com a “Taça Parnaíba”. A equipe azulina, basicamente, era composta por Aderson, Basílio, Xixico, Albino, Brandão, Antônio, Colibri, Lyra, Zeca, Milton Ramos e Milton Moreira.
Atuando fora, O Parnahyba foi o primeiro clube piauiense a jogar no Sudeste do Brasil. Na década de 20, foi ao Rio de Janeiro, realizando sua primeira excursão pelos gramados distantes do Estado.
Os demais títulos
Na sequência, já com a nomenclatura de Liga Piauiense de Esportes Terrestres (LPET), o “Mais Querido” conquistava mais 6 títulos: em 1924, 1925, 1927, 1929, 1930 e 1940. A partir de 1941, como acontecera em todos os estados do país, as ligas foram substituídas pelas atuais Federações.
Em 1976, o Tubarão ficava com o Vice-campeonato, em virtude da desonestidade da arbitragem, beneficiando o Esporte Clube Flamengo. Em 1988, o Parnahyba conquistava o Torneio Início (Taça Alberto Silva) de forma invicta, com todos os clubes participando, goleando o Tiradentes no Albertão, por 3 a 0.
Saudoso Pedro Alelaf, o “Eterno Presidente”
Florianense, Pedro Alelaf iniciou sua carreira no futebol aos 17 anos, quando defendia as cores do Comercial de Campo Maior. Em Parnaíba, com o irmão Salomão na década de 30, Pedro Alelaf e amigos reativaram as atividades do Parnahyba Sport Club, fato que lhe rendeu estima do povo parnaibano. Como jogador do Parnahyba, Pedro Alelaf fizera o primeiro gol azulino em 1936, no retorno do clube, goleando o Flamengo. Em 1938, ainda atuando nos gramados, marcou um dos gols da vitória do Parnahyba sobre o Tuna Luso do Pará (4 a 3).
Despediu-se dos gramados em 1946, passando a Presidente do Clube, até o seu infausto, em 13 de abril de 2004. É considerado pela torcida azulina o Eterno Presidente.
Os elencos do TRI
Após o drama de 2003, o Parnahyba, então, ainda mais reforçou o elenco, formando uma equipe fortíssima, em 2004, com Rodrigues, André, Wellington (goleiros), Jadilson, Puxa, Eridon, Marcelão, Marcelo Sabiá, Júnior Juazeiro, Toni, Gildázio, Alcimar, Cipó, Jean Maranhense, Danilo, Ednardo, Acácio, Alessandro, Cleiton Cearense, Damisson, Dindô, Franciélio, Gleyson, Jamerson, Marcelinho, Marreco, Roger, Sibiraba e Totonho, passando por esse período os técnicos Nelson de Oliveira Mourão e Flávio José Araújo.
Em 2005, a filosofia foi a mesma, com Rodrigues, Filho, Everaldo (goleiros), Ivan, Alex Costa, Eridon, Marcelo Sabiá, Totonho, Ivair, Marreco, Kiko, Ednardo, Danilo, Maurício Pantera, Jean, Gildázio, Sibiraba, Lalá, Zé Carlos, Puxa, Deusinho, Alessandro, Dudu, Robert, Zé Carlos Juazeiro, Zé Maria, Delanio, Givanildo, Horácio, Toni e Esquerdinha, sob o comando técnico de João Maria da Mota, num primeiro momento, e Flávio José Araújo após.
Em 2006, para a conquista do Tri, o Tubarão jogou com Claudevan, Ribamar (goleiros), Roberto Bahia, Puxa, Eridon, Esquerdinha, Jonas, Daniel Sobralense, Totonho, Alessandro, Kiko, Wanderley, Gildázio, Cristóvão, Ivair, Israel, Raniel, Lima, Júlio César, Faéco, Alcimar, Cláudio, Mazinho Brasília, Da Silva, Izael, Jamerson, Gilson Costa e Danilo Pitbul, trabalhando inicialmente com o treinador Edson Leivinha e, posteriormente, Oliveira Santos Lopes – “Oliveira Canindé”.
Treinadores
Grandes treinadores passaram pelo comando técnico azulino. Dentre eles, Flávio Araújo (2004 e 2005), Oliveira Canindé (2006 e 2009), Fernando Dourado (2009), Mirandinha (2010), Fernando Polozzi (2008), Aroldo Moreira (2008), Aníbal Lemos, no primeiro momento, e Paulo Moroni, no segundo e decisivo momento (2012).
O Escudo
Durante os anos, o escudo azulino passou por um processo de identificação. Até hoje, o escudo azulino é questionado, quanto ao formato original da estrela, dentre outros aspectos.
2011, o ano do quase: um empate e uma derrota foram suficientes para a ausência do título
Em 2011, a torcida azulina por muito pouco não vibrara a conquista de mais um título. Finalista dos dois turnos, o Parnahyba terminou o campeonato sem perder em casa, porém sem o título do certame. Disputando o título do primeiro turno no Piscinão, o Tubarão não saiu do 0 a 0 com o Comercial, resultado que deu ao adversário o título do turno. No returno, precisando apenas empatar em Piripiri, o Parnahyba vencia o 4 de Julho dentro da Arena Colorada (tomada pela massa azulina que invadira a cidade de Piripiri), quando foi surpreendido no segundo tempo da final, perdendo a partida. Sob o comando técnico de Batista Catanduvas, o Parnahyba fizera uma campanha invejável, superando as campanhas do Tri. Mas como não conquistara o título, o ano de 2011 talvez não seja lembrado!
A Musa
Bem próximo ao centenário, o Tubarão elegeu sua Musa: a modelo parnaibana Rhanna Crislley. Rhanna, que além de torcedora é bastante querida pelo seu carisma e talento nas passarelas, venceu o Concurso realizado em Teresina pela Federação de Futebol do Piauí, ocasião do lançamento do certame de 2012, onde participaram as musas dos demais clubes.
2012, o ano da expectativa ao extremo
No ano de 2012, o Parnahyba concentrou toda sua força na conquista do Campeonato Piauiense, não só por ser o maior título do Estado, mas também pela possibilidade de disputar a Copa do Brasil em seu centenário ano que vem.
Para tanto, investiu nas categorias de base, na comissão técnica e nas contratações. De início, Aníbal Lemos e Christiano chegaram ao CT Petrônio Portela, conseguindo resultados positivos. No decorrer do campeonato, foram substituídos por Paulo Ricardo Moroni, conseguindo, enfim, o Título estadual 2012.
Elenco Campeão
O Tubarão conquistou mais um título com Rodrigues; Gilmar Baiano, Erivaldo, Marcos Gasolina, Cleiton Cearense; Alessandro, Luciano, Totonho, Jorginho, Damisson, e Isael William; Da Silva, Puxinha e Renatinho, Fabinho, Sorin, Pio, Juninho, William Boré, Nenzinho, Pedro, Evandro, Paulo, Ítalo, Matheus Garcia, Geovane, Myke, Fera, Rivelino, Ribamar e Gleydson. Técnico: Paulo Ricardo Moroni.
[Conteúdo escrito e publicado inicialmente no blog "Portalazulino.wordpress.com", por Renneé Fontenele, à época Assessor de Comunicação do Parnahyba Sport Club].
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